Data: 20/5/2011
Que benefício trará para o povo a ida de deputados rondonienses para Santa Catarina?
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Odair explica desejo de deixar a política: “O empobrecimento lícito”
Reconhecido até recentemente como o grande estrategista do PT rondoniense, chamado de “bruxo” por muitos dirigentes partidários, Odair Cordeiro, um dos fundadores do PT no Estado quer deixar a chefia de gabinete do prefeito.
Ninguém foi mais vocacionado para montar estratégias políticas dentro do PT rondoniense do que o representante comercial Odair Cordeiro, justamente reconhecido como um dos responsáveis pelo crescimento do partido no Estado. Foi ele quem sempre fez o contraponto entre a ala mais radical do partido mostrando-se, com o tempo, um especialista em ouvir a todos com atenção, relacionar-se bem mesmo com os adversários, sempre com posições firmes, bom humor e presença de espírito. Estas marcas políticas permitiram a Odair Cordeiro construir alianças que garantiram ao PT avançar, tornando-se um dos principais partidos rondonienses até chegar ao poder, conquistando posições “nunca dantes imaginadas”, como a prefeitura da Capital, uma cadeira no senado, duas na Câmara dos deputados e quatro na Assembléia Legislativa.
Odair recebeu Imprensa Popular na Prefeitura de Porto Velho, onde comanda o gabinete do prefeito Roberto Sobrinho. Propositalmente o ainda chefe de gabinete da prefeitura petista tem evitado dar entrevista, para reforçar a imagem de que interfere cada vez menos nos rumos do PT e, por conseqüência, na política rondoniense. Acabou aceitando fazer algumas declarações ao jornal, quando confirmou sua decisão de deixar o cargo, “para tratar da saúde e voltar ao comércio” onde sempre representou, como autônomo, grandes marcas do consumo. “Vou deixar os cargos públicos porque para mim eles me causaram o empobrecimento lícito”, afirmou.
DECISÃO COLETIVA
Bem diferente do tempo em que Odair era o nome de proa e o PT se apresentava como o partido que seria capaz de estabelecer na política e na administração brasileira o reino da justiça, a repartição da terra, o fim do analfabetismo, a universidade livre, a abolição dos velhos privilégios, devolvendo aos humildes a dignidade arrebatada por séculos e a independência em relação ao capital sem pátria, uma coisa – enfatiza o antigo dirigente petista – não mudou: “As decisões no PT continuam sendo coletivas, nunca foram tomadas de forma individual”.
Com isso Cordeiro quis garantir que “ainda não há nada decidido” em relação ao pleito eleitoral de 2006 quando – imagina-se – a senadora Fátima Cleide deverá ser referendada como o nome do partido para a disputa do governo estadual.
“No PT a escolha de candidatos, a deliberação sobre as eventuais alianças só acontecem com a consulta à base partidária. Isso não é uma decisão de dirigentes. E isso ainda não foi discutido”, salienta sublinhando o atual chefe de gabinete do prefeito Roberto Sobrinho.
TEMPOS DIFÍCEIS
Se na desastrosa política brasileira é comum o enriquecimento de seus atores principais, no caso de Odair, como explicou, a coisa funcionou de maneira contrária: “Depois que passei a assumir cargos, como a chefia do DNIT e a do gabinete do prefeito, só perdi dinheiro. Nunca mais pude viajar com a família, como fazia antes, para a Europa ou para países do próprio continente americano. Perdi, nessa temporada, a representação de importantes marcas, como a Gradiente, a Motorola, entre outras. Na verdade deixei de lado aquilo que rendia dinheiro”.
Sem esconder seu desejo de retornar às suas atividades comerciais e para isso deixar de lado “os cargos públicos”, Cordeiro não pretende afastar-se totalmente dos movimentos de seu partido, principalmente porque reconhece que para o PT as eleições de 2006 “serão complicadas”. Isso, acrescentou, não o assusta, “porque os petistas e sua militância enfrentaram muitas eleições adversas, como foi a do próprio prefeito Roberto Sobrinho”. Nesse caso ele relembra que Roberto começou a campanha “com apenas um ponto nas pesquisas” enquanto seu principal concorrente, o Mauro Nazif tinham em torno de 40 pontos”.
Os problemas do PT no próximo ano serão decorrentes, como reconhece Odair, da campanha feita contra o partido “pela oposição e pela mídia, em torno das denúncias de caixa dois”. Essa situação colocará o PT “numa posição desfavorável em todo o Brasil, porque nossos candidatos vão ter de gastar boa parte do tempo da campanha dando explicações”, ajuntou. Em se tratando de Rondônia, Odair acha que “o desafio de 2006 será tão duro quanto tantos outros enfrentados pelo partido, mas os petistas têm, como já demonstraram em vezes anteriores, uma grande capacidade de metabolizar seus problemas”.
ERROS E APRENDIZAGEM
Evitando falar como uma liderança do PT rondoniense e como alguém que pretenda influenciar nas futuras decisões eleitorais do partido (“As lideranças não são a alma do PT. A alma do partido é sua militância”), Odair Cordeiro deixa claro que o ser humano não pode deixar de cometer erros; pois é com erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro.
Nas suas reminiscências Odair lembra que seu partido apanhou muito no passado, mas a militância sempre compreendeu que partido político que quer crescer tem que enfrentar todos os desafios. Isso aconteceu com o PT. Foi aprendendo esta realidade que o PT chegou ao comando político do País. O experiente ex-dirigente partidário acredita que dentro do PT prevalece a idéia de que sozinho não da pé para enfrentar eleições, por isso em sua opinião serão estabelecidas, no momento certo, as alianças para se buscar novas conquistas.
POLÍTICA PERMANENTE
A confissão de cansaço com a vida pública, o desejo de retornar às atividades comerciais e também de cuidar “um pouco mais da saúde” não tira de Odair Cordeiro o seu sentimento de empolgação partidária e muito menos a fé de “sucesso eleitoral para o PT” em 2006.
Para ele o partido é um projeto coletivo e tem uma história talvez única no cenário mundial. É um partido que tem uma relação muito forte – mesmo no governo, com as contradições que se impõem – tem uma relação muito forte com o movimento social e sindical; é o partido que criou a oportunidade para diversos segmentos da sociedade participarem ativamente da política de maneira viável, competitiva; é o partido que estabeleceu várias políticas públicas inovadoras, muitas das quais inclusive já foram apropriadas como valores da sociedade e não apenas do PT; é um partido que estabelece uma cultura política no país. É reconhecido como único partido que tem vida política permanente, e por isso às vezes até amplifica essas crises, exatamente por ter essa vida política. É da sua natureza se reunir, discutir, se reerguer.
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