Data: 20/5/2011
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Reportagem: Tendência de Teotônio é desaparecer do mapa
Aterro de estrada represa lagos, mata vida aquática e termina de inviabilizar o turismo.
O impacto socioambiental da barragem da hidrelétrica de Santo Antônio sobre a antiga comunidade da cachoeira do Teotônio é algo difícil de ser imaginado por quem não teve a oportunidade de conhecer a localidade nos áureos tempos dos torneios de pesca. Era peixe pra todo lado, fartura, diversão, turismo.
Hoje o cenário é triste. A antiga vila simplesmente desapareceu, assim como a cachoeira, hoje coberta pelas águas. Os antigos habitantes ainda chegaram a alimentar a expectativa de ter suas vidas modificadas para melhor. Mas a ausência de planejamento e de gestão inteligente das ações de indenização e compensação promovidas pela Santo Antônio Energia lhes impactou como um balde gelo.
O cenário é de desolamento. Boa parte dos projetos que chegaram a ser implementados acabaram sendo abandonados fazendo com que a meia dúzia de pessoas que ainda resistem no que se fez chamar de nova Teotônio não consigam acreditar de nenhuma forma nas novas promessas que lhes são feitas.
ÁGUA É REPRESADA POR ATERRO
O descuido para com a conservação ambiental fica evidente na forma como foi construída a estrada que veio dar acesso à nova vila. Longos trechos de aterro represam as águas que invadem as áreas mais baixas, em função da elevação no nível promovida pela barragem. Como não houve nessas áreas que hoje dão lugar a lâminas d’água a remoção da matéria orgânica de origem vegetal, paus e folhagens apodrecem.
O cheiro do gás metano derivado da putrefação da vegetação que deveria ter sido removida invade os pulmões de quem se arrisca a transitar por ali. É um verdadeiro espanta-turista, que põe literalmente por água abaixo toda e qualquer esperança de se repetir na nova vila o mesmo fluxo de visitantes que tinha a antiga comunidade de pescadores no entorno na cachoeira.
Contrariando os mais elementares princípios de hidráulica, há um curso d’agua para o qual foi providenciada um galeria para cruzar a estrada em seu ponto mais alto e apenas algumas manilhas em seu ponto mais baixo, onde notoriamente o fluxo de água é maior. Percebido que as pequenas manilhas não davam vazão, foi providenciada a colocação de mais uma delas, mas também sem sucesso. O resultado disso foi o que qualquer pessoa de bom senso imaginaria: a estrada foi coberta pela água e a erosão levou boa parte do leito da estrada, deixando a manilha à mostra.
APODRECIMENTO SUBTERRÂNEO
Engana-se quem pensa que foi só nessas partes alagadas e represadas pelo aterro da estrada que se deixou de proceder à remoção da vegetação. Fotografias feitas por moradores na época em que estavam efetuando as derrubadas para as áreas de beira-rio que seriam inundadas demonstram que a tecnologia adotada foi a de empurrar o lixo para debaixo do tapete: as árvores e arbustos derrubados foram enterrados em valas. E agora estão apodrecendo e liberando gases tóxicos, prejudicando a fauna aquática e fazendo com que ninguém se interesse pela “praia” que foi construída com o propósito de ser um atrativo turístico.
Aquilo que seria a praia é um dos cenários mais tristes que se pode imaginar. Galhadas apodrecem na beira d’água, pois, em que pese saber-se que o rio Madeira tem esse nome justamente por arrastar galhos e troncos, não foi tomada qualquer providência no sentido de prover-se a tal praia de alguma espécie de dispositivo que viesse reter esse material longe da área de banho.
INSEGURANÇA E INSALUBRIDADE
Além disso, a proliferação de mosquitos nas águas paradas e represadas veio complicar ainda mais a situação, tornando insuportável a permanência no local após determinado horário. A isso se soma a absoluta falta de segurança, que vem fazendo com que cada dia sejam mais comuns os roubos de gado nas fazendas que há nas imediações, com bois e vacas sendo abatidos, abandonando-se a cabeça e o couro, e sendo a carne vendida clandestinamente para moradores do entorno da própria localidade.
A esse cenário de furtos e roubos, soma-se o crescente consumo de drogas, ao qual adere uma significativa parcela dessa população sem expectativas de melhoramento econômico e sem a devida atenção por parte dos poderes públicos.
ANTIGO MORADOR DENUNCIA DESCASO
Carlos Afonso da Silva Damasceno é uma das poucas vozes que resistem em Teotônio. Ele foi um dos que acreditaram que a nova vila teria vida turística e uma economia sustentável. Chegou a investir na construção de um restaurante e na compra de dois ônibus e um micro-ônibus para fazerem para operarem no transporte local. Só acumulou prejuízos.
Em seu depoimento (VÍDEO) ele fala das frustrações que estão se acumulando na localidade e de investimentos que foram feitos sob a égide de compensação, mas que em verdade não compensaram em nada as perdas que os antigos moradores da vila do Teotônio tiveram com a inundação promovida pela barragem da usina hidrelétrica de Santo Antônio.
Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=HBL6swIHQYQ&t=7s
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